Engolir sapos!

Faz parte, não é, ouvir o que não queremos, mal-entendidos, são tudo vivências, não são agradáveis mas faz parte! Ora, o que me aconteceu no outro dia não sei se se inclui nesta categoria, vou passar a contar e depois tiram as vossas conclusões, boa?
Antes de mais tenho que dizer que eu percebo perfeitamente que as crianças são muito genuínas, e não levo nada a mal que fiquem a olhar para mim, que me perguntem porque é que não tenho a mão, acho normalíssimo, tenho que admitir que quando estou com os meus fico sempre a pensar se isso os incomoda mas  eles são muito pequenos e a maioria das vezes nem se apercebem. É tão engraçado o "normal" para eles ser eu ser assim,  que o que eles acham estranho é os outros perguntarem! Dito isto, o grande problema são mesmo os adultos! Os pais ficam tão envergonhados com as perguntas dos filhos que metem os pés pelas mãos, em explicações estapafúrdias, em tentar calá-los com uns olhares ameaçadores e toda a situação toma proporções desnecessárias!
Pois foi mesmo isto que aconteceu: fui buscar o Ju ao colégio e quando fomos ao armário para ir tirar o casaco estava um menino, que não é da sala do Ju, mas já me viu várias vezes e fica sempre, a palavra certa é especado, a olhar para mim! Mas desta vez estava com, pareceu-me, a avó; que mal viu o "estado" da criança virou-se para ele e achou que o melhor que tinha a fazer era dizer-lhe:" Vês, fez asneiras e cortaram-lhe a mão!". Eu fiquei incrédula, e a primeira coisa que pensei foi: espero que o Ju não tenha ouvido,  depois foi deixa-me sair daqui o mais rápido possível para processar o que acabou de acontecer, e assim foi, saímos a correr. Quando me sentei no carro, é que parei para pensar, e o que achei logo foi: não devia ter ficado calada, aquela senhora tinha que ter ouvido alguma coisa,  não me conhece de lado nenhum e, à frente do meu filho, abre a boca para dizer uma coisa destas!! Fiquei furiosa comigo!! Mas depois mais a frio congratulei-me com o facto de não ter feito uma "cena" no colégio, e mais importante que tudo à frente do Ju, conformei-me com o facto de que desse lá por onde desse, aquela senhora não ia ficar suficientemente "educada", e a minha responsabilidade era proteger o meu filho!
Bem, vivendo e aprendendo, não posso afirmar que vou reagir sempre tão passivamente, porque há dias e dias, mas acho que da próxima vez já vou estar mais calejada!